Arrematar um imóvel em leilão pode ser uma excelente oportunidade de investimento — desde que você saiba o que está fazendo. Muitos arrematantes, inclusive experientes, acabam perdendo o imóvel arrematado por erros que poderiam ser evitados com orientação jurídica adequada. Neste artigo, listamos os principais deslizes que podem levar ao cancelamento da arrematação e explicamos como se proteger.
Erro #1 – Não Conferir a Situação Jurídica Completa do Imóvel
Antes de dar qualquer lance, é fundamental analisar com atenção a matrícula atualizada do imóvel, verificar penhoras, ônus, hipotecas, gravames, ações judiciais em trâmite e até demandas trabalhistas ligadas ao executado.
Exemplo real:
Um arrematante perdeu o imóvel porque havia uma ação de usucapião proposta por um ocupante não mencionado no edital.
Erro #2 – Arrematar Imóvel com Valor Irreal ou Preço Vil
Quando o valor da arrematação está muito abaixo do valor de mercado, sem justificativa legal, o negócio pode ser anulado por vício. É o que se chama de preço vil, conforme art. 891 do CPC.
Jurisprudência:
“A arrematação por preço vil deve ser anulada quando inferior a 50% do valor de mercado sem justificativa.”
Erro #3 – Ignorar Ocupação ou Disputas Possessórias
Arrematar um imóvel ocupado sem analisar a natureza da posse ou possíveis direitos de terceiros (como usufruto, direito real de habitação ou posse mansa) é um erro grave.
Dica:
Antes da arrematação, consulte certidões negativas e, se possível, visite o imóvel ou converse com vizinhos para entender a situação.
Erro #4 – Não Solicitar a Sub-Rogação de Dívidas
Débitos de IPTU, condomínio e outros encargos podem ser cobrados do arrematante se não houver sub-rogação expressa no preço da arrematação, conforme art. 908 do CPC.
Solução:
Verifique se o edital menciona a sub-rogação e, se não, peça ao juiz que determine isso expressamente para evitar cobranças futuras.
Erro #5 – Desrespeitar as Regras do Edital
O edital é a “lei do leilão”. Não cumprir os prazos de pagamento, condições de arrematação ou exigências documentais pode levar à perda do imóvel e até à multa.
Exemplo:
Deixar de pagar a comissão do leiloeiro dentro do prazo de 24h pode resultar na anulação do lance e perda de caução.
Erro #6 – Utilizar Terceiros para Simular Arrematação
Simular que um terceiro arrematou o imóvel ou realizar lances “combinados” entre laranjas é considerada fraude. A consequência pode ser a anulação do leilão e responsabilização criminal.
Jurisprudência:
“A simulação na arrematação configura fraude à execução e enseja nulidade do ato.” (STJ – REsp 1731256/MG)
Erro #7 – Não Regularizar a Arrematação Junto ao Cartório
Muitos arrematantes deixam de registrar a carta de arrematação ou de pagar os tributos necessários (ITBI, por exemplo), o que impede o registro da propriedade e abre espaço para impugnações futuras.
Dica:
Providencie a carta de arrematação, pague o ITBI e registre imediatamente no cartório de imóveis. Não deixe a posse “no ar”.
Conclusão: Segurança Jurídica é o Melhor Investimento
Arrematar um imóvel em leilão exige mais do que lances ousados — exige conhecimento jurídico, cautela e estratégia. Evitar os erros listados aqui pode fazer toda a diferença entre um bom negócio e um grande prejuízo.
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